Em R$ Milhões
Em 2014, a receita operacional líquida das nossas operações somou R$ 1.875,5 milhões, com crescimento de 6,5% ante 2013, sendo que os ganhos em volumes comercializados podem ser colocados como a principal razão para este aumento.
Nossas despesas operacionais alcançaram o valor de R$ 174,5 milhões em 2013, superior em 14,0% aos R$ 153,1 milhões do ano anterior. A maior parte delas, 67,4%, concentra-se na área de vendas. Essas despesas comerciais tendem a acompanhar a evolução do volume de negócios e são representadas, em sua maior parte, por fretes, despesas com exportação e comissões sobre vendas. As despesas administrativas da Companhia, no ano de 2014, foram de R$ 53,6 milhões, 17% superior ao obtido no exercício de 2013. A conta concentra as despesas com pessoal e com serviços de terceiros (assessorias e consultorias, mão de obra temporária, gastos com viagens etc.). O aumento é explicado pela continuidade na adequação na estrutura administrativa para suportar o plano de crescimento da Companhia, iniciado em 2012, sendo parte relevante desse aumento relacionada a gastos não recorrentes (consultorias especializadas e projetos estruturantes).
A geração operacional de caixa no ano foi de R$ 53 milhões, com margem de 2,8% ante os R$ 196,9 milhões de 2013. Em comparação com o ano anterior, houve recuo de 73% e de 8,4 pontos percentuais na margem. O EBITDA ficou comprometido pela majoração dos insumos variáveis (componentes dos custos industriais), fretes sobre vendas no mercado interno e despesas portuárias. Ainda, os mesmos sofreram influência negativa também das despesas de overhead, em função da adequação da estrutura organizacional, conforme citado anteriormente.
As atividades financeiras de 2014 tiveram resultado líquido de R$ 148,2 milhões ante os R$ 205,7 milhões de 2013. As receitas financeiras atingiram R$ 676,9 milhões, valor R$ 225,6 milhões, ou 50%, maior do que o verificado em 2013. Em contrapartida, as despesas financeiras tiveram aumento de R$ 168,0 milhões para R$ 825,0 milhões, variação de 25,6%. Contribuíram para melhor perfil das contas financeiras com relação a 2013: menor efeito de variação cambial nas operações, maior receita de juros com financiamento dos produtores rurais, redução de taxas bancárias nas negociações de financiamento e menor carregamento dos estoques durante o ano, gerando uma eficiência na tesouraria.
Com relação ao endividamento, em 31 de dezembro de 2014 a Companhia registrava dívida bruta bancária consolidada de R$ 1.185,6 milhões e posição de caixa e equivalentes de R$ 158,3 milhões (incluindo saldo de aplicações financeiras), o que indicava dívida líquida de R$ 1.027,3 milhões na data, 40,6% maior ao exercício anterior.
Os principais fatores determinantes para o aumento do nosso endividamento são explicados pelo volume de investimentos realizados, R$ 93,2 milhões, geração operacional de caixa negativa R$33,5 milhões, pagamento de juros R$83,6 milhões e volume a maior de passagem de estoque pagos (R$52,3 milhões). Ainda, algumas captações foram realizadas (R$87,4 milhões), equalizando o volume de caixa da Companhia. O endividamento de longo prazo é R$ 508 milhões no encerramento do ano, onde o principal empréstimo continua sendo representado por uma linha de crédito do Fundo de Financiamento do Nordeste (FNE), tomado para dar suporte aos investimentos realizados na região do Mapito, incluindo a unidade industrial do Maranhão (planta de esmagamento, refino, envase e unidades de armazenamento).
Em 2014, o nosso resultado liquido foi negativo em R$ 97,8 milhões ante lucro líquido de R$ 18,1 milhões em 2013. Com isso, a margem liquida em 2014 ficou negativa em 5,2% ante margem de 1,0% no exercício anterior.
Os investimentos realizados durante o ano de 2014 objetivaram em sua maioria a busca de eficiência operacional.
Dentro dessa linha podemos destacar a aquisição e implementação das novas caldeiras nas plantas de Porto Franco (MA) e Uberlândia (MG), substituindo a matriz energética de ambas para biomassa, que irá conferir uma maior eficiência em termos de custo de operação e sustentabilidade ambiental. O processo de retrofit da fábrica de Uberlândia, que será responsável por aumento de 20% nos volumes de produção local. A internalização do processo de envase será responsável por economias consideráveis com relação aos gastos com resina, dotando a Algar Agro de uma das garrafas pet mais leves do mundo.
Do ponto de vista logístico e de armazenamento, estão sendo construídos dois armazéns, um em Tupaciguara e outro em Capinópolis, que poderão ser utilizados já na safra de 2015 e que darão uma maior eficiência e racionalidade no processo de recebimento de grãos e reduções nas despesas com frete.
Assim, os projetos de 2014, em sua totalidade, superaram R$ 148 milhões, totalizando R$ 93,2 milhões realizados durante o ano e R$ 55 milhões sendo transbordados para 2015. Dentre os R$55 milhões transbordados, podemos destacar R$18 milhões referentes aos projetos de armazenagem de Tupaciguara e Capinópolis, R$26 milhões referentes ao projeto de envase e R$6,5 milhões referentes a caldeira de Uberlândia.
É importante salientar que todos os contratos referentes a linhas de financiamento já foram assinados e os recursos são liberados mediante ao cronograma prévio de liberação estabelecido junto ao BNDES.
Todos os investimentos realizados em 2014 possibilitam um aumento significativo da capacidade de geração futura de riqueza para a Companhia, através do aumento de eficiência e redução de custos operacionais.
O DVA (Demonstrativo do Valor Adicionado) refere-se ao valor econômico direto gerado e distribuído pela Companhia, incluindo receitas, custos operacionais, remuneração de empregados, doações e outros investimentos na comunidade, lucros acumulados e pagamentos para provedores de capital e governo. A Companhia gerou em 2012, 2013 e 2014, R$ 433 milhões, R$ 308 milhões e R$ 95 milhões, respectivamente. A maior parte desses valores em 2014 foi destinada à remuneração do capital de terceiros através de juros incorridos para financiar as operações e na adequação das estruturas para sustentar o crescimento dos negócios.
Demonstração de valor adicionado e distribuições (em R$ milhares) |
2012 | 2013 | 2014 |
---|---|---|---|
1. RECEITAS | 1.721,002 | 1.807,567 | 1.907,625 |
VENDAS DE MERCADORIAS, PRODUTOS E SERVIÇOS | 1.717,540 | 1.801,001 | 1.891,394 |
PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS - REVERSÃO/ CONSTITUIÇÃO | (1.044) | (710) | 702 |
NÃO OPERACIONAIS | 4.506 | 7.276 | 15.529 |
2. INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (INCLUI ICMS E IPI) | (1.296,826) | (1.523,836) | (1.867,415) |
MATÉRIAS-PRIMAS CONSUMIDAS | - | - | - |
CUSTOS DAS MERCADORIAS E SERVIÇOS VENDIDOS | (1.182,348) | (1.388,443) | (1.625,820) |
MATERIAIS, ENERGIA, SERVIÇOS DE TERCEIROS E OUTROS | (114.478) | (135.393) | (166.903) |
PERDA/RECUPERAÇÃO DE VALORES ATIVOS | - | - | (74.692) |
3. VALOR ADICIONADO BRUTO | 424.176 | 283.731 | 40.210 |
4. RETENÇÕES | (10.758) | (13.754) | (15.583) |
DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO | (10.758) | (13.754) | (15.583) |
5. VALOR ADICIONADO LÍQUIDO | 413.418 | 269.977 | 24.627 |
6. VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA | 19.173 | 37.906 | 70.582 |
RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL | - | - | - |
RECEITAS FINANCEIRAS | 19.173 | 37.906 | 70.582 |
7. VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR | 432.591 | 307.883 | 95.209 |
8. DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO | 432.591 | 307.883 | 95.209 |
PESSOAL E ENCARGOS | 34.400 | 45.181 | 52.192 |
IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES | 88.433 | 466 | 3.692 |
JUROS E ALUGUÉIS | 302.027 | 244.108 | 137.174 |
JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO E DIVIDENDOS | 1.837 | - | - |
LUCROS RETIDOS / PREJUÍZO DO EXERCÍCIO | 5.894 | 18.128 | (97.849) |